O melhor Sporting... e também o pior!


Tal como o jogo que opõs Sporting e Guimarães, vou dividir esta análise em 2 partes distintas.

Primeira Parte

Lembram-se de eu vos falar do melhor Sporting que ninguém queria ver? Ontem, no jogo que tinha em disputa o 2º lugar da Liga Portuguesa (em igualdade pontual com os da Luz) essa afirmação tornou-se de tal forma evidente que quem viu o jogo, não a poderá negar. É certo que o Guimarães entrou em campo numa abordagem algo expectante, deixando o controlo do jogo cair nas garras leoninas, mas quando se aperceberam estavam a levar um tamanho banho de bola que o progredir do jogo fazia lembrar aquele que aconteceu Domingo, no Dragão.

O Sporting, com grande destaque para Valdez, e depois de uns primeiros minutos algo tremidos, teve o Guimarães nas cordas durante toda a 1ª parte. Dos vimaranenses apenas se viu um cabeceamento ao lado, enquanto que o Sporting deu, como começa a tornar-se hábito na Liga (haverá piores) um espetáculo de falhanços sucessivos.

Marcou 2 é certo, sendo o primeiro válido, segundo Manuel Machado e o segundo mal validado, pois não só a bola não entrou como o guarda-redes do Vitória sofreu falta (terá sido o mesmo assistente que não viu a mão do jogador do Paços, há uns anos?)... mas se tivesse marcado 3 ou 4 não seria escandaloso. É bem verdade que a equipa do Vitória ficou completamente desorientada depois da validação do 2º golo, mas mesmo antes disso não mostrou sinal que pudesse inverter o fluxo ofensivo Sportinguista.

Boa circulação de bola, boa rotatividade dos jogadores, uma primeira parte exemplar. Certamente o melhor exemplo do trabalho que Paulo Sérgio tem feito em Alvadade, e um sinal inequívoco que Valdés tem lugar assegurado no 11 inicial durante os próximos tempos.

Segunda Parte

Mas ser do Sporting não é para todos e isso ficou provado na 2ª parte. Depois de uns primeiros 45 minutos de sonho e de um intervalo em que o optimismo (reservado, note-se) era geral os leões desceram do ceu ao inferno de uma forma que só o futebol permite.

Para começar, o Guimarães que entrou em campo estava completamente transfigurado. Manuel Machado levou a revolta (que exprimiu no fim da primeira parte à equipa de arbitragem) para o balneário e soube-a transformar em sede de bola por parte da sua equipa. O Sporting, por sua vez, transformou-se também, mas no Vitória de Guimarães da primeira metade do encontro.

Tal opção por parte de Paulo Sérgio é para mim compreensível, devido ao resultado que figurava no placar. A equipa de Manuel Machado teve então uma série de oportunidades, mas por falta de pontaria, e uma ENORME defesa de Rui Patrício não conseguiu transformar o a fome em golos.

Chegávamos então aos 70 minutos e o Guimarães, tanto frustrado com a falta de acerto como a mostrar alguma falta de capacidade física de manter o sufoco começava a perder o controlo do jogo que vinha tido a ter. O Sporting, mesmo que já estivesse a precisar de substituições à algum tempo, começava a ter bola e a criar jogadas...

... até que aos 72 minutos Maniche é expulso. Incompreensível e imperdoável, mesmo que fosse em reacção a uma mão que um adversário lhe meteu (provavelmente inadvertidamente) na cara. E mais ainda! Zapater estava nesse preciso momento já ao pé do 4º árbitro para tomar o seu lugar... Claro que o clube da cidade berço não se fez rogado e aproveitou esta injecção de moral para dizimar o Sporting com ataques sucessivos.

Pedia-se neste momento uma alteração no 11 leonino... e que faz Paulo Sérgio? À imagem de JJ, fica preplexo com o que se passava em campo, completamente incapaz de pensar numa reacção, e quando finalmente toma uma atitude.... tira das 4 linhas o melhor jogador em campo até à altura, Jaime Valdés (que ainda assim recebeu uma ovação em pé dos 20.000 presentes). Obviamente que, sem meio campo e com o jogo a mais da UEFA a pesar nas pernas o Sporting desabou completamente. Um tal de Targino, aproveitou-se da situação e, vindo de uma pausa de 10 meses por lesão, marca 2 golos em 2 minutos.

O clima em Alvalade era pesadíssimo, mas ainda assim nesta altura ainda havia a possibilidade de partilhar um ponto com o Guimarães, ou até quem sabe voltar à liderança com o 3-2, que chegou a estar perto num ataque de Vukcevic, que não concretizar uma chance dupla com um remate à figura do guarda-redes e outro a embater num defesa.

Pedia-se, suspirava-se, suplicava-se, por substituição em Alvadade! Com Nuno André Coelho, Djaló, Carlos Saleiro e Diogo Salomão no banco certamente havia alguém capaz de segurar o Sporting por 10 minutos. Mas Paulo Sérgio hesitou infinitamente, e quando o CS9 entra já o resultado estava feito num 3-2 decepcionante.



Mas, por muito má que tenha sido a segunda parte, tenho a certeza que terei - e terão todos vocês - oportunidade de voltar a ver o Sporting da primeira parte. E é bom que ele apareça, pois segue-se uma série de jogos mortífera, com Académica, Paços, Porto e Lille.

Esforço, devoção, dedicação... e glória !

4 comentários:

Sapo Cocas disse...

Na 1º parte foi um brilho. A 2º foi uma vergonha.

Antonio disse...

O meu puto Targino merecia uma referência neste post.

Daniel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniel disse...

Obviamente que não concordo nada com o teu obviamente:

"Obviamente que, sem meio campo e com o jogo a mais da UEFA a pesar nas pernas o Sporting desabou completamente. Um tal de Targino, aproveitou-se da situação e, vindo de uma pausa de 10 meses por lesão, marca 2 golos em 2 minutos."

Uma equipa que quer lutar por alguma coisa não pode NUNCA sofrer 3 golos em pouco mais de 10 minutos e muito menos 2 golos em 1 minuto.

O problema não foi a expulsão do Maniche, tal como não foi o jogo da Liga Europa. O problema foi os jogadores não terem sido capazes de manter a estabilidade emocional, a concentração e a abordagem que estavam a fazer ao jogo. Faltou maturidade (e Pedro Mendes talvez ?). Mesmo que o Paulo Sérgio não mexa na equipa, sendo um médio a sair, tem de haver soluções de compensação dentro dos jogadores que estão em campo, para manter a equipa coesa. Não é a mesma coisa que perder um central.

E depois o Paulo Sérgio ainda vem dizer uma coisa destas:

«Se Guardiola viesse cá com 12 e nós com dez, em 15 minutos não marcava»

Infeliz. Primeiro porque dá a entender que estas situações são treinadas e como tal, foram os jogadores que não conseguiram pôr em campo o que treinam durante a semana. Limpa a água do capote porque diz "o meu trabalho foi feito, os jogadores é que não aplicaram". Depois porque escolheu uma péssima equipa. A verdade é que até 11 contra 11 o Barcelona marcava em 15 minutos ...

E outra coisa que, no meu ponto de vista, tu ainda não percebeste é que não interessa quantas vezes o "Sporting da primeira parte" aparece ... enquanto continuar a aparecer o da segunda.

Em relação ao segundo "golo" ... a "lei das compensações" não é aplicável. Um erro não apaga o outro, transforma 1 em 2. Que interessa se foi o auxiliar que não viu a mão do Ronny? Voltou a decidir mal. Indignas-te se for contra, mas se for a favor já não há problema porque "é para compensar"? Isso é que não pode ser ;)

Abraço

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