Difícil... Fácil... Complica-se... Resolve-se!

O Porto apresentava-se com algumas alterações face ao jogo da taça. Fucile entrava para a esquerda, Guarin e Moutinho regressavam à equipa e James, após uma sequência de 6 jogos seguidos, iniciava o jogo no banco.
A equipa de Mozer entrou com muitas cautelas no jogo. Apostada em tapar os espaços e aumentar a ansiedade dos Dragões, a Naval tentava chegar à baliza de Hélton num eventual contra-ataque. Sem grande convicção ofensiva, a estratégia defensiva ia dando os seus frutos. Os espaços eram poucos mas o Porto, controlando a posse e o jogo, ia atacando e tentando chegar à baliza adversária, tendo criado apenas um par de situações de verdadeiro perigo. Até que …
num lançamento rápido, Varela isola-se e encontra Falcao livre para fazer o primeiro. O goleador Colombiano facturava assim, no regresso aos jogos após lesão. O Porto marcava perto do intervalo e podia assim pensar no descanso com mais tranquilidade, mas Belluschi, Falcao e Hulk queriam ainda mais e, no minuto seguinte, construíam uma (grande) jogada ao primeiro toque que o Incrível finalizou, facturando o seu 14º na Liga.
2 golos, domínio e tempo para futebol bonito. Chegava ao fim da primeira parte. Os líderes do campeonato iam para o intervalo a ganhar por 2 e tudo se conjugava para mais uma vitória.
Na segunda parte, mais do mesmo. Mozer efectuou algumas alterações na esperança de poder mudar o rumo dos acontecimentos mas a Naval continuava longe da baliza do porto. Os Dragões sempre com mais bola e com mais oportunidades (Falcao teve mais 2 boas oportunidades para facturar) mostrava que a qualquer momento poderia surgir mais um golo, o que veio a acontecer. Helton (que foi apenas chamado a intervir "a sério" por 2 vezes), depois de interromper uma jogada de ataque da Naval, soltou rápido e comprido para Hulk que, aproveitando um erro do capitão Orestes, isolou-se frente a Salin e fez o seu segundo do jogo. 16 golos em 15 jogos … Hulk esmaga!
A Naval chegou ainda ao tento de honra após um pénalti cometido por Fucile.
Vitória justíssima dos Dragões, que continuam a mandar em casa. Há quem lhe chame sorte ...
Até breve!
E aí está a tão esperada derrota. Ao fim de 37 jogos o Porto voltou a perder.
Não vou fazer uma análise muito alargada ao jogo, uma vez que apenas vi a segunda parte.
Do que vi pareceu-me que Porto, apesar de ter mais posse, nunca mostrou o poderio ofensivo de outros jogos. Os jogadores andaram sempre muito longe da baliza e Bracalli nunca fez uma defesa verdadeiramente apertada (exceptuando um remate, de longe, de Hulk).
O meio campo esteve pouco dinâmico e tanto Rúben Micael, como Moutinho nunca conseguiram impôr o ritmo de jogo nem definir os tempos de posse da equipa. Na verdade, as ideias não surgiram e toda a equipa esteve demasiado "presa".
O primeiro golo surgiu de na conversão de uma grande penalidade a castigar falta sobre Walter. Hulk, converteu, fazendo o 1-0 e dando a ideia que o Porto iria continuar na senda vitoriosa.
O Nacional estava bem organizado, mas também não criava grandes situações até que, depois de alguma atrapalhação da defesa que não conseguiu cortar o lance, permitindo um cruzamento para a are, Kieszek decidiu dar uma prenda de Natal atrasada e ofereceu, verdadeiramente, o golo a Anselmo que tinha entrado poucos minutos antes. Era o 1-1 e o jogo tornava-se perigoso …
Passados mais alguns minutos, apanhando a defesa do Porto em contrapé, surge o cruzamento para o 1-2, outra vez por Anselmo (substituição inspirada, de Jokanovic).
Até ao fim, foi mais coração que cabeça, por parte dos azuis-e-brancos, que tentavam pelo menos o empate. Fica ainda, em registo, um lance em que me parece haver pénalti de Sereno sobre Pecnic.
O Porto perdia, assim, o primeiro jogo da época.
Não começou bem o ano, mas esta derrota não é nenhuma catástrofe. É penalizadora mas não é, nem pode ser, justificação para que a moral da equipa caia e para que se esqueça tudo o que de bom tem sido feito desde o início da época.
E é uma derrota que poderia ser normal (jogo em rodou a equipa, contra uma equipa que é tradicionalmente difícil) mas que ganha outra dimensão apenas pelo facto de que a equipa ainda não tinha qualquer derrota desde o início do ano.
Espera-se que a equipa responda com personalidade e com garra no regresso do campeonato, não só para não aumentar desnecessariamente a pressão, mas também para mostrar que foi uma derrota ocasional e que os niveis de concentração, de vontade e de querer se mantêm altos ... como se deseja.
Até breve!