Desde os tempos áureos do clube que as deslocações à Alemanha são encaradas com uma dificuldade acrescida, evidenciada por uma "maldição" que diz que o Benfica não vence em solo germânico.
Hoje, tenho a certeza que não foi pela dita maldição e muito menos pelo poderio do adversário que o Benfica não venceu na Alemanha. Hoje, ao contrario do sucedido noutros tempos faltou aquilo que nos caracterizou na época passada: garra, querer e ambição.
Quem olha para o plantel do Shalke 04 e quem olha para um 11 formado por jogadores como Neuer, Metzelder, Rakitic, Jurado, Farfan, Raul e Huntelaar percebe facilmente que a classificação da equipa germânica não é representativa do seu valor. Por outro lado, quem viu a primeira meia hora de jogo, o medo que eles sentiram do Benfica, o nervosismo patente em cada jogada, a debilidade mental e técnica de 2 ou 3 jogadores, percebia facilmente que o Benfica tinha tudo para vencer o jogo e dar um passo importante rumo à qualificação.
A verdade é que, depois de um inicio muito pressionante, com jogadas de qualidade e com o controlo absoluto do jogo, o Benfica decidiu oferecer, literalmente, o jogo ao Shalke 04. Hoje não houve desculpas, hoje não houve maldições, hoje estivemos na presença de um Benfica sem coragem para ganhar.
Bem sei que não jogámos "contra o morto" e que do outro lado estava um treinador experiente, um estádio cheio e uma equipa a desesperar por vitórias, mas nós somos o Benfica e temos obrigatoriamente de jogar mais e melhor sem condicionantes que coloquem em causa a nossa vontade de vencer.
Admito desinspiração, ineficácia, erros individuais, falhas colectivas, azar, etc, etc, mas não admito, nem posso admitir, falta de vontade em ganhar. Os jogadores do clube deviam sentir-se com as "costas largas", sem medo de cair ou errar, porque apesar de este não ser o meu Benfica, eu e muitos adeptos estaremos aqui sempre "para te ajudar a levantar"...
Não gostei da atitude da equipa, que devia ter sido inteligente o suficiente para perceber quais as debilidades do adversário, para que as pudesse explorar com malícia e frieza. Não gostei das alterações de Jorge Jesus, que alterou tarde e mal. Não gostei do Maxi, nem do Fábio Coentrão. Não gostei do Cardozo a quem desejo rápidas melhoras. Não gostei da alternância constante do David Luiz e não gostei da desorganização após o segundo golo.
Vitória justa do Shalke, justíssima!
A próxima jornada será importantíssima e deverá ser encarada "à Benfica", para ganhar.
Hoje não gostei, mas "amanhã" vou lá estar. Vou lá estar sempre!
Cumprimentos
6 comentários:
Excelente crónica.
No Domingo TODOS À LUZ!
cumprimentos
Não vi o jogo, mas fiquei surpreendido quando me disseram que o Benfica tinha perdido. Apesar disso, estava longe de ser um jogo garantido, mesmo jogando contra o (agora) penúltimo classificado da liga alemã, que certamente acabará a liga numa posição mais respeitável.
Confesso que só vi algumas partes do jogo, mas penso que, se na primeira parte poderiam ter aspirado a outro resultado, na segunda parte o Schalke cresceu bastante.
A lesão de Cardozo foi um momento importante do jogo (pareceu-me que poderá ser grave, mas ...), mas penso que o Benfica já estava a deixar jogar em demasia antes disso (também coincidindo com a subida de rendimento do Farfán).
Antes de mais convém frisar, como tu muito bem fizeste, que a actual posição desta equipa alemã não condiz, claramente, com o seu valor. É certo que nomes não ganham jogos, mas olhando para Neuer, Metzelder, Jones, Farfán, Rakitic, Raúl, Huntelaar, percebe-se claramente que há material para fazer uma equipa capaz de melhores resultados.
Depois, convém também perceber que este Benfica não está, definitivamente, ao nível do ano passado. Não só porque a confiança aínda não é a melhor (e a confiança vem com os resultados, que foram muito mais consistentes no ano passado), mas também porque há, na minha opinião, um jogador que faz toda a diferença de um ano para outro (e não, não é Di Maria) ... é Ramires.
Capaz de ajudar o Javi Garcia nos momentos defensivos, também era dos primeiros a dar profundidade ofensiva à equipa. Era o jogador que dava maior equilibrio mas também mais capacidade para ajudar numa transição rápida.
Até agora, Jesus ainda não encontrou, do meu ponto de vista, a melhor maneira de solucionar este problema. Se o irá fazer, só o tempo o dirá.
Para já é um Benfica que vai sobrevivendo.
Os jogos com o Lyon serão decisivos na definição do grupo. Se têm aspirações, mais do que legítimas a passar, terão que vencer os franceses em casa e, pelo menos, não perder fora.
Abraço
Concordo contigo Daniel, se bem que o que mais me irritou ontem foi ver um Benfica com capacidade para vencer o Schalke e, sem que nada o previsse, entregar o jogo de bandeja ao adversário.
Carlos Martins deixou de conseguir ter bola e deixou de pressionar e a equipa ressentiu-se. Jorge Jesus demorou tempo de mais a mexer...
Quanto à questão do Ramires, percebo o que queres dizer, contudo penso que se nota mais a sua ausência devido à ausência do melhor Amorim e devido à péssima, horrível, forma de Maxi.
Com os jogadores que o Benfica tem para jogar à direita (Gaitan, Salvio e Ruben Amorim) é imperativo arranjar um Ramires que saiba jogar à esquerda... (Gosto MUITO do Elias do Timão, mas esse está mais habituado à direita).
Abraço Daniel e parabéns pela vitória de hoje!
Em relação ao Gaitán, sinceramente, penso que ele renderia mais numa posição interior de apoio aos avançados (a 10, portanto). Mas isso já são opções tácticas.
Em relação ao Amorim, está longe de ser um Ramires. Jogador muito útil e tacticamente excelente, sem dúvida, mas muito longe (na minha opinião) de conseguir apresentar o rendimento que o Ramires apresentava ao longo de todo o jogo. O "queniano" tinha um ritmo altíssimo, mesmo.
Abraço
Mas não estavam a espera de ganhar ao ultimo classificado do campeonato alemao ou estavam?
Enviar um comentário