Deco vs. Queiroz: A batalha final!

Zangaram-se as comadres e vieram lavar a roupa suja para a praça pública.




"Rebentou" esta semana uma polémica entre Deco e Carlos Queiroz, num "jogo do empurra" em que ninguém quer assumir as suas responsabilidades.

Antes de mais quero dizer, e não será novidade para muitos, que sou um particular admirador do Deco, possivelmente o meu jogador preferido dos últimos 10 anos. Não discuto se foi o melhor, se foi o mais virtuoso, se foi o mais decisivo ... foi o meu preferido, ponto.

Não falo deste Deco dos últimos 4 anos, mas do Deco capaz de carregar um Porto para a conquista de uma Taça UEFA e de uma Liga dos Campeões, de um Deco capaz de entrar no meio campo de um Barcelona e aguentar-se, de um Deco eleito pelos adeptos para a melhor equpa de sempre do Barcelona, de um Deco capaz de levar a Selecção Nacional a uma final de um Euro e a uma meia final de um Campeonato do Mundo, de um Deco capaz de jogar a organizador, a box-to-box e até a lateral direito como aconteceu no Euro 2004 contra a inglaterra ... enfim, de um Deco que todos conhecemos por Mágico.
Um jogador que, se sempre se pautou por intervir pouco, mas com prudência e com cabeça e que tanto no mundial como agora, falhou.

No mundial porque, por muito que pudesse ter razão (e tinha, não toda, mas alguma), há coisas que devem ficar blindadas dentro do balneário, ainda para mais durante o decorrer de uma competição tão importante como é um Campeonato do Mundo. É um facto que Queiroz falhou na opção táctica, mas também foi visível que, apesar de ser sempre um jogador capaz de desiquilibrar (porque todos os grandes o são, num ou noutro momento do jogo), Deco não se apresentou, ao contrário do que prometeu, na forma que já tinha evidenciado ser capaz.

E depois de falhar no mundial, voltou a falhar agora por falar fora de tempo, reacendendo uma polémica desnecessária numa altura em que não só não acrescenta nada a seu favor, como também não ajuda a selecção num momento de transição em que é preciso estabilidade e confiança para voltar a jogar o futebol que é capaz. Não digo um futebol de campeão do mundo, mas certamente um futebol de topo e bem, mas bem, melhor do que o futebol deprimente, aborrecido e triste que tem vindo a apresentar.

Mas neste contexto, Queiroz também não está ilibado e acabou por ainda deitar mais "lenha na fogueira".

Antes de mais porque sente necessidade de responder a um jogador, com afirmações pouco felizes ("ex-jogador em actividade profissional de caráter duvidoso"), contribuíndo para o arrastar da situação.

Mas talvez mais grave do que isto é que Queiroz não se apercebe do que diz. Porque no mesmo discurso diz que "[Deco] deveria pedir-lhes desculpa por se ter apresentado no estágio da seleção nacional numa forma miserável (...) não estando à altura das responsabilidades de um Campeonato do Mundo e do jogador que foi" e de seguida completa com "se pensava que tinha lugar garantido por se chamar Deco, enganou-se rotundamente."

Ora, como podemos ver, quem se enganou foi Queiroz. Deco tanto tinha lugar garantido que foi levado para o mundial depois do seleccionador nacional, responsável máximo do futebol das selecções e responsável por levar a equipa a um lugar de prestígio, ter concluído, ainda durante o estágio, que convocou um jogador "numa forma miserável (...) não estando à altura das responsabilidades de um Campeonato do Mundo" e mesmo assim decidiu levá-lo deixando de fora outros jogadores que poderiam ir no seu lugar.

Se havia dúvidas quanto à falta de coragem (e de outras coisas) do ex-seleccionador Nacional ...

Penso que, tanto Deco, como Queiroz, deveriam ter mais respeito, senão por eles próprios, pela selecção e absterem-se de comentarem uma situação que os envergonha aos dois e se, na minha opinião, Queiroz tem mais culpa pela gravidade de admitir que levou um jogador fora de forma, Deco tem mais a perder por tudo o que deu de bom à Selecção (que foi infinitamente mais do que o que deu o ex-seleccionador Nacional).

Até breve.

1 comentários:

mwm disse...

poh... um deles há de ter começado a picardia e a partir daí é sempre a somar pontos para vergonha própria.

a pressão dos jornalistas também devem ter ajudado à coisa (que é o costume)

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