Liverpool vs Benfica: Análise ao Jogo (II)

Liga Europa - Quartos de Final
Anfield Road – Liverpool
Liverpool FC 4-1 SL Benfica (agg: 5-3)

Depois de uma prestação muito boa na Liga Europa 2009/2010, o Benfica foi ontem eliminado em Anfield Road pelo Liverpool, terminando um dos sonhos para esta época.


Na antevisão do jogo, muitas foram as teorias sobre qual o 11 que o Benfica deveria apresentar, para manter a vantagem trazida da primeira mão. Jesus surpreendeu com algumas mudanças: David Luiz jogou na esquerda (conforme esperado), Ruben Amorim substituiu Maxi na frente de ataque e Aimar jogou no apoio a Oscar Cardozo.

O jogo começou com o Benfica a controlar a posse bola, contrariamente ao que se esperava – um ataque avassalador do Liverpool. Este ponto pode parecer positivo, mas é estranho, já que os jogadores do Liverpool não pareciam muito preocupados com essa situação. Muito provavelmente sabiam que o Benfica estava preparado para jogar em contra-ataque e queriam impedir que tal acontecesse.


A verdade é que foi o Benfica a criar a primeira oportunidade de golo, através de Di Maria, segundos depois do arbitro não ter dado lei da vantagem, quando Carlos Martins se encontrava em boa posição para o remate.

Com o desenrolar do jogo, mantinha-se o controlo do Benfica, em que o Liverpool só chegava à baliza de Julio Cesár através de bolas paradas. Numa dessas situações, canto de Gerard para a pequena área e Júlio Cesár a ver Kuyt cabecear para o 1-0, aos 27 minutos. Este lance é algo controverso, já que pelas leis Kuyt não pode atrapalhar a acção do Guarda-redes, mas sejamos coerentes… e exige-se claramente a Júlio César que salte, que tente chegar à bola. Enfim, erro gravíssimo do Brasileiro.
Este golo, que o Liverpool não justificava até ao momento, estragou por completo a estratégia montada por Jorge Jesus visto que o Benfica ficou desde logo em desvantagem na eliminatória.
Minutos depois, aos 34 minutos, Lucas aproveitou o espaço entre os centrais do Benfica, ultrapassou Júlio César com facilidade e fez o 2-0 para o Liverpool, ficando o Benfica a um golo do empate na eliminatória. Os minutos que antecederam o intervalo foram miseráveis e o Benfica não mais se encontrou.


Com o inicio da segunda parte, esperava-se uma reacção do Benfica, mas tal não aconteceu e a equipa demonstrou-se incapaz de discutir o resultado. Talvez fosse o cansaço, talvez fosse pouca inspiração, talvez fosse mérito do Liverpool. A verdade é que Torres, com alguma sorte à mistura, concluiu uma grande jogada de contra ataque, fazendo o 3-0 para os Reds, aos 59 minutos.

O Benfica estava agora a dois golos da qualificação mas não se mostrava capaz para tal feito. Ramires e Di Maria, que costumam ser os grandes dinamizadores da equipa, foram uma autêntica nulidade, mas por incrível que pareça jogaram o jogo todo.

Aos 70 minutos, após o livre directo Óscar Cardozo faz o 3-1 e renasce a esperança entre os adeptos do Benfica. Esperava-se uma pressão final ao nível do Benfica. Mas…onde estava a força? Onde estava a concentração?

Alguns minutos depois, o Benfica não marca por mera infelicidade, após mais um livre de Cardozo. Mas neste jogo, não podíamos contar só com as bolas paradas, era preciso a alma e a força de outros dias de glória.
Aos 82 minutos, Fernando Torres conclui mais um contra-ataque de forma exímia e acaba com o jogo e com a eliminatória. Esta jogada foi um exemplo claro da forma como jogou a equipa do Benfica: David Luiz perde a bola a meio campo e a bola é colocada no (muito) espaço deixado entre os centrais. Depois estava lá Torres…e a ele ninguém o apanha.


Terminou o sonho. Fomos eliminados, mas o que fizemos e as exibições que conseguimos nesta prova não serão esquecidas, sendo que esta derrota servirá apenas de lição para o futuro. Tenho orgulho nesta equipa, sempre! Por tudo o que nos têm dado!
Björn Kuipers (NED): Arbitragem razoável. Teve alguns erros infantis, tais como, os dois lances em que Carlos Martins e Kardec surgem isoladas, mas o árbitro não dá lei da vantagem, nem mostra amarelo. Quanto ao lance do golo, talvez o mais polémico, seguindo as leis à risca, é um lance irregular, mas enquanto benfiquista atribuo todas as culpas ao guarda redes do Benfica. Nota: 2,5 (0-5)

Rafael Benítez (ESP): Venceu o duelo com Jorge Jesus. Foi muito Liverpool para tão pouco Benfica. Foi muito Rafa, para tão pouco Jesus. Nota: 4 (0-5).

Jorge Jesus (POR): Perdeu! As alterações efectuadas não resultaram, mas eu quero acreditar que estas apenas foram feitas porque os jogadores que não jogaram, não estavam a 100% (tal como JJ disse na véspera). Penso que demorou muito a mexer na equipa e quando mexeu, mexeu mal. Nota: 1 (0-5).

Melhor em Campo: Torres ou Kuyt.

Em forma de conclusão, foi uma pena não termos conseguido marcar ¼ das oportunidades que tivemos na primeira mão. Foi uma pena o sonho ter acabado. Mas temos de reconhecer a superioridade do Liverpool, pois apesar de não estar a realizar uma grande época… tem estofo!
Uma curiosidade que dá que pensar e me faz sentir orgulho: O Benfica já fez 46 jogos oficiais nesta época e ontem foi a primeira vez que se deixou dominar pelo adversário. Posto isto, resta-me dar os parabéns ao Liverpool!

Cumprimentos

2 comentários:

Antonio disse...

Ser Benfiquista é ter na alma uma CHAMA IMENSA: http://www.youtube.com/watch?v=PuvP36F1rhI

Raul disse...

Como já disse na primeira análise ao jogo, acho que JJ cometeu os dois maiores erros de Quique Flores: David Luiz à esquerda e Aimar na frente.

David Luiz é faz a diferença no meio, pode ser um dos melhores centrais do Mundo ou pode ser um lateral banal. Não é canhoto, não joga bem sobre a linha, nem sempre joga simples... Aimar não é forte na frente de ataque, é muito bom no ultimo passe e precisa de espaço para o fazer. Na frente raramente tem espaço. Enfim, acho que todos já perceberam e sabem isto!

Se JJ achou que iria por em risco o Campeonato se apostasse tudo o que tinha na Liga Europa e ganhar o campeonato, então fez uma boa escolha neste jogo. Sidney voltou à equipa, Ruben Amorim sentiu que é muito importante para a equipa, Carlos Martins não se viu encostado por Aimar. Tudo junto pode ser um empurrão na moral de alguns jogadores, não os habituais titulares e estrelas mas os que foram surpresa.
Há também que lembrar que tudo isto se revelou em menos apoio a Di Maria e uma defesa MUITO mais lenta que é habitual.

Há um jogador que tem caído a olhos vistos: Cardozo.
É um dos melhores em Portugal (talvez na sua posição e função, o melhor?) mas é preciso lembrar que um grande avançado a nível Mundial tem de ser eficaz. Não é por marcar 20 golos que se é bom, mas sim por ter 20 oportunidades para os marcar e conseguir. Cardozo este ano já falhou muito, golos fáceis, penaltis e afins. Cada vez tem falhado mais. Gosto muito deste jogador (atenção que é dos meus jogadores favoritos no Benfica) mas temos de ver as coisas como elas são. Só pergunto quantos golos marcaria o Jardel neste Benfica?

Também acho que o primeiro golo é apenas culpa do Júlio César. Não há falta e acho que este guarda redes precisa de mostrar muito para no próximo ano fazer parte do Plantel.

Cumprimentos

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