16ª Jornada da Liga Sagres
Estádio do Dragão 19.15
Assistência: 26709 espectadores
Equipa do FCP: Helton, Fucile(Guarin 75,'), Bruno Alves, Rolando e Alvaro Pereira; Tomas Costa (Farias 60'), Raul Meireles e Belluschi (Mariano Gonzalez 80'); Varela, Rodriguez e Falcão
Resultado final 1-1
Destaques positivos:
* Falcão
* Cássio
* Substituições
Destaques negativos:
* Assistência
* Rodriguez
* Falta de criatividade nos últimos metros
O início da 2ª volta chegou e com 4 pontos de atraso para os duo da frente, o FCP entra em campo com a possibilidade de acertar contas com uma equipa que arrancou um empate na abertura do campeonato.
Os 1os 5 minutos são puro engano, óptimo para colocar na abertura de qualquer peça jornalistica que tentar justificar o injustificável nesta partida. O jogo foi única e exclusivamente de sentido único, com o FCP a carregar no acelarados desde início.
O 1º canto da partida é conquistado pela equipa pacense mas por aí se ficou em jogadas de envolvimento ofensivo pela 1ª parte. Uns 10 minutos a provar que têm uma equipa habilidosa mas que cedo entrou em mode "autocarro". Perde o espectáculo, mas é compreensível dado ocuparem o último lugar e sobretudo depois de Olhanense e Vitoria de Setubal terem pontuado.
O voo do árbitro Rui Costa aos 7 minutos anima as bancadas.. e o FCP toma conta das ocorrências. Transições rápidas, um Belluschi para mim a continuar uns 15 metros atrás da sua posição, o Porto ia cercando a baliza mas não encontrava municiadores para Falcão, sozinho entre 3 centrais do Paços pudesse fazer a diferença.
Tomás Costa, o eleito para substituir Fernando tem um bom lance com um remate a sair um pouco ao lado do poste esquerdo de Cássio, tendo de seguida uma perdida de bola infantil que lança o Paços em contra ataque. Um jogador que oscila entre o bom e o medíocre, mas que oferece ao Porto maior rapidez na transição da bola para o ataque.
Aproveitando a época de saldos, a APAF continua com a sua promoção: a cada 2 golos do Porto, apenas validaremos 1, o outro pode festejar gratuitamente. É o 3º golo anulado ao avançado colombiano do Porto em 2 jornadas.
Já que as alas, não faziam chegar jogo ao PL portista, Meireles descobre Falcao na área e este faz um golo de fino recorte passando a bola por cima do GR adversário. Este é prontamente anulado, pois o avançado portista parte, não em linha mas atrás de 2/3 jogadores do Paços de Ferreira.
Sucedem-se os lances, Falcão desperdiça agora um golo à boca da baliza de cabeça, Belluschi tem também oportunidade de abrir o activo mas o resultado permanece inalterado até ao intervalo.
A 2ª parte abre com a meia-distãncia de Meireles, a tentar furar a muralha do Paços que com o tempo começa a entrar em falta sobre os jogadores do FCP recebendo num espaço de 1 minuto, 2 cartões amarelos. Jesualdo conferencia com José Gomes desde a 1ª parte opções para o FCP encontrar maneira de marcar pela 2ª vez no Dragão, a 1ª a valer.
Decide-se pela opção Farias, a dupla começa a dar frutos resultando desde logo um conjunto de oportunidades, inconsequentes para desespero da assistência.
É com o final do jogo em aproximação e o FCP num 3-3-4 que numa jogada de desatenção colectiva surge o impensável. Os Deuses do futebol decidem dar uma facada na única equipa em campo. O Paços chega ao golo, com Maykon a responder a um cruzamento da direita numa jogada rápida de contra-ataque. O anti-futebol, o "chuta-para-a-frente-e-fé-em-Deus-e-no relógio" brindava a equipa da capital do móvel!
Encaminho-me para o meu computador, onde início a redacção desta crónica quando o FCP marca. Infelizmente, surge um S.Cássio até então desaparecido que faz um punhado de defesas do outro mundo, para gaúdio da moral dos castores. O árbitro Rui Costa ainda vê uma mão de Ozeia onde mais ninguem viu e assinalou um pontapé de baliza a segundos do final do tempo de compensação num lance que daria canto para o FCP, que a única coisa que teve direito foi um par de amarelos para Guarin e Bruno Alves por protestos.
Pouco depois, termina a partida.. há festa rija no relvado. Por vezes a técnica da força vence a força da técnica, mas com o FCP a não deslumbrar mas a fazer uma exibição de muito sangue, suor e lágrimas, é com desalento que vejo 2 pontos a fugir do Dragão (este Paços roubou 4).
Não vejo apitos coloridos no Dragão, vejo sim incompetência, uma inépcia em aplicar as leis do jogo, o modo como se continua a favorecer o anti-jogo.. mas isso é um cancro com que infelizmente os adeptos dos grandes clubes portugueses vivem! Ao FCP não basta ser melhor do que o adversário, este ano tem que se transcender para poder aspirar a algo mais. Incompreensível!
Concluo esta crónica com uma nota: Não sou contabilista e tenho memória curta para golos anulados, mas 3 golos anulados em 2 jornadas a um jogador que tem 11 golos marcados, fariam de Falcão a par do paraguaio Cardozo o melhor marcador da Liga. Apesar de hoje não ter sido tão letal, foi uma excelente aquisição esta!